quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Epifania da natureza, epifania da esperança

     Hoje, uma jovem estrela é a inspiração nesta noite chuvosa. Muitos objetarão estupefatos: estrela com chuva?! É maluquice. Realmente, seria trágico se não fosse duas realidades ligadas pelos fios mágicos dessa natureza que sempre nos surpreende e nos encanta. A natureza sempre se manifesta indicando-nos os seus sinais. Precisamos é afinar os nossos corações para percebê-la. Aliás, o vocábulo epifania origina-se no grego e significa manifestação. Também era uma noite, mas sem chuva, quando aqueles três sábios, ditos Magos do Oriente, deixando-se, intuitivamente, guiar pelos sinais da natureza, encontraram o Menino para reverenciá-lo. E estava, lá no céu, uma bela e brilhante estrela. A estrela de Belém. E os três homens, traziam em suas mãos, os presentes que essa mesma natureza poderia oferecer ao Deus Menino: a mirra, o ouro e o incenso. Ali, estavam, o africano Baltazar, o asiático Gaspar e o europeu Belchior representando toda a humanidade que se deixou guiar pela estrela e se ajoelhou perante o Filho Daquele que tudo havia criado. Era o quadro da harmonia entre homens, Deus e a natureza! A verdadeira epifania do amor!

     E a natureza é assim. Perfeita e harmoniosa. Há uma ordem em todo o universo. Uma sinfonia invisível emanada de todos os corpos como vibrações cristalinas compondo uma Ode esperançosa ao Criador. Apesar das desgraças, da dor, do sofrimento provocados pela irracionalidade humana que tudo mata e destrói, hoje, cedo, uma estrela tão bela quanto a de Belém, brilhou! E não é loucura. É a epifania da natureza manifestando aquela sabedoria já a muito esquecida. Por isso, sentimos sempre uma espécie de nostalgia por um sítio, uma casa na praia, no campo. Uma saudade de um paraíso perdido onde o que prevalecia eram as leis do amor, do equilíbrio e da harmonia. Harmonia com a natureza da qual fazíamos partes integralmente. Aprendíamos com os animais e com os bichos. São Francisco que o diga. E, hoje também, ao ler a notícia de que uma cachorra de 18 meses, denominada Angel, salvou um menino de 11 anos do ataque de um animal selvagem, na cidade de Boston Bar, no estado de British Columbia, no Canadá, convenci-me da manifestação de uma simetria, de uma beleza, de um amor genuíno que impulsionam esses seres, tranformando-os em verdadeiros anjos de quatro patas.
     A epifania que percebi na estrela que hoje cedo brilhou se chama esperança. Ao abrir o presente blog constatei o comentário de um jovem pleno de vida e de amor. É um sinal de que nem tudo está perdido. Ainda existem jovens comprometidos com a construção de mundo melhor. Esse jovem pensa com a própria cabeça e percebe os sinais da natureza oferecendo ao mundo a sua contribuição. Brilhe Júlio Alt! Realize o seu projeto de preservação da Orla do Guaíba. Ilumine Porto Alegre com sua luz! Incendeie os corações de outros jovens nas chamas do amor à natureza, ao meio ambiente, à vida nesse nosso planeta, ao nosso universo. Parabéns pela sua iniciativa em semear a vida com suas plantinhas. Certamente, o nosso querido Guido está numa daquelas estrelas que enaltecem a obra do Criador sorrindo para todos nós!! Hoje, as suas palavras me guiaram até as palavras daquele maravilhoso educador, Rubem Alves, que sempre nos presenteia com um otimismo, uma alegria e uma esperança tão vivos em sua escrita. Seja, então, suas palavras uma epifania da natureza, uma epifania de uma permanente esperança: “Acho que o verdadeiro, sobre São Francisco, não é que ele tenha pregado aos peixes, aos pássaros. A verdade é que ele ouviu o sermão das àrvores. Por isso ficou tão manso, tão tranquilo. Ele tinha a beleza das àrvores. Estava reconciliado com a vida. Então os pássaros fizeram ninhos nos seus galhos e os peixes comeram dos seus frutos que caíam na àgua...”. Sejamos, então, belas árvores, sinais, manifestações de esperança!!







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