domingo, 13 de abril de 2014

Com os ramos, em Jerusalém....



Imagem da internet


A noite silencia o dia. Mas, em nosso coração ainda ecoam as notas dos hinos de Hosana. Aquele mesmo Menino que um dia foi aclamado com o Glória pelos anjos e pastores. Em meio a simplicidade da natureza brilhava uma estrela. Sinal de reverência da Criação ao Filho do Criador. Salve, ó Filho de Davi! Palmas, ramos de oliveira e outros mais, trazemos em nossas mãos. Caminha o Messias. Rumo à Jerusalém. Júbilo, alegria. Rei e redentor. Caminha, caminha. Foram quarenta dias do tempo quaresmal. Quarenta dias no deserto do coração. Quarenta anos já passados daquele Menino nascido em Belém. Foram tantos acontecimentos vividos. Tantas vidas encontradas, curadas, sentidas. Tantos ensinamentos oferecidos, vividos. Cristo, de condição divina, vestiu a nossa humanidade desvalida para nos revelar a face de Deus Pai. Como bem disse S. Paulo aos Felipenses: “(...) Esvaziou-se a si mesmo....fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl. 2, 6-11).  Que homem é este? Cala fundo tal questionamento em nossas almas. Nossas vidas, como a Dele, é sempre resposta ao Amor que nos criou. Fomos também pequenos. Nascemos, crescemos. Erramos, aprendemos. Choramos e sofremos. Cantamos e vivemos. Enfrentamos as nossas lutas, os nossos tormentos. Por momentos, somos trevas, mas em muitos outros, somos luz. Conforto, consolação. Angústia, aflição. Todavia, o Nazareno foi fiel até o fim. Com as armas do jejum, da oração, da caridade, tudo venceu. Foi na entrada de Jerusalém aclamado pelo povo. Mas, sabia o que lhe estava reservado. Um justo, sem nenhum pecado, tomou nossas faltas, nossas dores e por amor se entregou para nos redimir. Quem é este homem? Que passou a sua vida a todos a convidar. Convite à conversão. Ao Banquete do Pai. Curou o cego, pediu àgua à samaritana. Deixou-se humilhar. Ofereceu a outra face. Ao desprezo. Ao escárnio. Perante os homens, às autoridades, não se defendeu. Calou-se. Fez-se silêncio. Como sua Mãe Maria sempre fez. Meditava em seu coração a vontade de Deus. E, nós, procuramos a sua vida imitar. Seguir o seu caminho não é nada fácil. Mas, por outro lado, somente Nele encontramos a verdadeira Paz. E, nós, quem somos para Ele, então? Um Pilatos, uma Maria, os apóstolos, os sumos sacerdotes, os fariseus, os cegos curados, o mesmo povo que o aclamou e que depois o condenou? Quem somos nós? Eis o outro lado da questão. E, hoje, quando ouvia e meditava a liturgia deste domingo de ramos, disse ao Nazareno assim: não sei se tenho vivido como verdadeira cristã nesses quarenta e tantos anos de vida, nesta quaresma. Mas tenho tentado fazer o melhor que posso, com a graça do Pai. Preciso ainda mais melhorar. Orar, jejuar, praticar a caridade, ainda mais. Mudar de vida. Todos os dias. Recomeçar. Viver em família, com os meus e com os outros também. Tolerar mais as dores. Calar o orgulho. Silenciar o meu ser. Senhor, tenho sede da Àgua de vida eterna que brota da sua Cruz que irás enfrentar. O crucificado revela o Amor Maior que pode existir. A sua Cruz é a nova estrela. Pois é vida que vence a morte, é entrega, é doação total, absoluta e incondicional. Amor que, de fato, liberta, resgata, redime. Não é difícil de entender. Pois olhando para os pais que realmente se dedicam, se doam, se entregam aos seus filhos, podemos aquilatar o quanto o Senhor nos amou até o fim. Mesmo que nós, muitas e muitas vezes, não o façamos por merecer. É assim. Por isso, nesta celebração, nesta comunhão, suplico-lhe a graça de estar sempre com a mente e o coração abertos para a Sua vontade. Quero, na humildade, os meus pecados confessar. E como aquele cego, aquela samaritana e tantos outros mais, que não precisaram de muitas explicações, definições, comprovações, mas com o coração feito de carne e de fé genuína, possa lhe responder: Tu és o Filho de Deus, eu creio em Ti Senhor. E, aqui, estou. Nesta Grande Semana. Santa que é. Para lhe acompanhar. Não lhe abandonar. Não lhe ficar indiferente, descrente. Contigo entrar na “Jerusalém”, no caminho do Seu Calvário, dele co-participar. Na sua Paixão e morte de cruz. Compaixão. Para um dia, contigo, viver para todo o sempre! Amém!


Uma boa e abençoada Semana Santa a todos! :)
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